Israel: uma nação destinada a ser a mediadora da paz no Oriente Médio

Por mais que possa parecer estranho, esse é o destino histórico da nação de Israel. O Senhor a chamou para ser bênção para todos os povos: a bênção da salvação, através de Jesus Cristo; a bênção da orientação, pois a partir de Sião procederá à Lei que ensinará os povos a caminharem segundo a direção de Deus; a bênção do partilhamento das muitas graças derramadas pelo Senhor sobre a Terra a partir do povo judeu; a bênção do exemplo, pois a palavra de Deus tornou “as experiências particulares de Israel” relatos “universais” (WOLFF), tendo sua história se transformado em narrativa fundadora e basilar da humanidade, além da esquecida bênção da intermediação. Exatamente, pois o profeta Isaías assim declarou: “Naquele dia haverá estrada do Egito até à Assíria, e os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria; e os egípcios servirão com os assírios. Naquele dia Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênção no meio da terra Porque o Senhor dos Exércitos os abençoará dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança” (19.23-25). Exatamente – Israel é a força mediadora de Deus para unir as nações situadas à sua direita e à sua esquerda. Será através de Israel e não através de qualquer outra nação que os acordos serão firmados e a bênção estabelecida. Para isso, o Senhor instruiu os pais da nação acerca da melhor maneira de tratar com os povos vizinhos, orientando-os a interceder por aqueles que estivessem passando pelo risco do extermínio (Gênesis 18.1ss), dando-lhes disposição para o entendimento com os inimigos tradicionais (Gênesis 26.28ss) e estimulando a oferecer auxílio econômico aos necessitados (referências WOLFF, “Antropologia do Antigo Testamento”). Isaías ainda afirma: “E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros, e concorrerão a ele todas as nações. E irão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor” (2.2,3).

A alteração da maneira de contemplar as questões do Oriente Médio, desprezando o atual quadro, em que se espera que uma potência estrangeira interfira e promova a paz, e aceitando a posição dos povos ali presentes como agentes autônomos e capazes de definir suas relações é tarefa que requererá a renúncia de inúmeros preconceitos, mas a História já mostrou sobejamente que a interferência de qualquer que desconheça as peculiaridades da região não se mostrou eficaz. A Bíblia, porém, menciona um futuro caminho ligando países locais, anuncia um mesmo falar e aponta um futuro de paz, em que as armas se converterão em instrumentos de trabalho. A promessa davídica da paz sem fim e o espalhar da bênção de Abraão para todos os povos não é uma utopia, ou uma expectativa baseada em esforços humanos, mas uma esperança bem fundamentada nas promessas de Deus. Ele é Fiel.

Os dias presentes, com toda a dor que revelam, também trazem profundos esclarecimentos – seja o citado papel da nação judaica na cena geopolítica, seja na confirmação de fatos que há muito vêm sendo expostos por Israel, sem que para eles se tenha atribuído valor de verdade, como, por exemplo, a situação dos habitantes da Faixa de Gaza, uma população refém do Hamas, partido primeiramente eleito, tendo posteriormente se tornado destruidor de todas as forças opositoras ao seu ‘regime’. O Hamas calou, com violência, as vozes de seus adversários locais, perseguindo aqueles que ousaram pensar de maneira diferente à de seus líderes.

Também ficou claro que a população de Gaza não pode contar com o apoio dos países árabes vizinhos para obter refúgio e acolhimento. Como aconteceu no passado, fronteiras fechadas limitaram ou impediram o socorro a muitas famílias. A pressão internacional promoverá soluções parciais, mas a realidade utilitária da permanência de pessoas no território israelense para serem constantemente usadas como moeda de troca e força de persuasão parece ter ficado evidente.

Também não poderá mais ser questionada a dependência da população de Gaza do apoio israelense para obter abastecimento de itens básicos e serviços gerais. É em Israel que os moradores obtêm emprego e acessam algum conforto para suas famílias. Com a impossibilidade de transitar e com dificuldades para o fornecimento de água e de luz, qualquer mínimo alento vai sendo perdido. A ajuda internacional pouco faz, uma vez que os recursos são desviados pela ação do terror.

Ficou definitivamente provada a existência de uma verdadeira malha de túneis a serviço do trânsito de armamentos usados cotidianamente contra Israel. Alguns ainda questionam a veracidade dos túneis que ligam Gaza e Egito, onde transitam homens, caminhões e armamentos, numa resistência ideológica que pouco ou nada se sustenta.

Quem poderá negar, diante dos atuais fatos, o uso que faz o grupo terrorista da população civil, não apenas de forma direta, como escudo humano, mas de forma indireta, através da escolha dos hospitais, escolas e centros de refugiados como locais de abrigo para a liderança do Hamas, estabelecimento de seus centros de inteligência e estratégia, além de serem os preferidos locais para depósitos de armamentos?

Outra face revelada é o uso da guerra como forma de captação de recursos, todos destinados à qualificação e armamento de terroristas, cujas ações findam por atingir as nações doadoras. Estas, intentando levar ajuda humanitária à população de Gaza, findam por financiar o crescimento de grupos que agirão sem o menor respeito às regras de convivência internacional.

Ainda poderíamos citar a figura do Irã como suporte financeiro e agente, na cena internacional, a favor do Hamas. Outra ‘revelação’, tornada a base da maioria dos debates jornalísticos, está na vitimação do agente agressor, na demonização de Israel e no verdadeiro, mas na maioria das vezes apenas usado com fins políticos, sofrimento dos inocentes.

Voltando a Isaías, desta feita para contemplar, através dos olhos do profeta, o quadro de um tão terrível e indesejável conflito, somos lembrados de que: “… o Senhor esperará para ter misericórdia de vós; e, por isso, será exalçado para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade. Bem-aventurados todos os que nele esperam.” (30.18). Tremenda revelação essa – a de um Deus que

ESPERA para ter misericórdia, busca espaço nos corações dos homens para exercer e derramar Sua bondade, aguarda para fazer o bem. Deus que não esqueceu de Sua promessa de fazer de Israel uma luz para os povos. Deus de equidade, em quem Israel espera, em Ti esperam todos os povos.

por Sara Alice Cavalcanti

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