Jesus é Maravilhoso e Conselheiro ou é o Maravilhoso Conselheiro?

Algumas versões bíblicas apresentam Jesus como “Maravilhoso Conselheiro” na profecia de Isaías 9.6; já outras dizem que Ele é “Maravilhoso” e “Conselheiro”, de forma separada. Qual versão está correta e por quê?

O título acima é uma pergunta que inquieta a muitos cristãos examinadores minuciosos das Escrituras, pois algumas versões trazem da primeira forma e outras da segunda. Então, qual a mais correta?

Vale salientar que as Escrituras Sagradas hebraicas foram escritas há mais de três milênios com grafia do hebraico antigo, cuja tradução para as línguas modernas não é uma missão tão fácil, por isso, não poucos textos, em várias versões, possuem significados totalmente diferentes, a exemplo de Isaías 59.19 na Almeida Corrigida e na Almeida Atualizada, com uma diferença abissal. Necessário se faz saber que os copistas, tanto judeus (escribas doutores da lei) como os cristãos (monges), eram pessoas altamente tementes a Deus e jamais fraudariam parte alguma das Escrituras, as quais podem passar por um exame meticuloso, de maneira que, à luz da lógica, da linguística, da história, do estudo das literaturas antigas paralelas, das vetustas culturas, da arqueologia e, principalmente, da guia do Espírito Santo, pode-se chegar a uma conclusão mais plausível sobre qual o pensamento do hagiógrafo no momento em que estava escrevendo o registro sagrado sob a égide do Espírito Santo.

A maioria dos estudiosos, observando todo o contexto do versículo 6 de Isaías 9, têm chegado à conclusão de que a grafia “maravilhoso conselheiro”, sem vírgula ao meio, é a mais correta com o contexto imediato do versículo, pois, segundo, por exemplo, a nota de rodapé da Bíblia MacArthur, os três títulos restantes constituem-se de duas palavras cada um, de maneira que sua intenção é que cada duas palavras formem um título. Vejamos: “Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade e Príncipe da paz”. O conhecidíssimo comentarista da Bíblia Versículo por Versículo, Champlin, comentando este versículo, diz: “Alguns estudiosos separam essas palavras (maravilhoso, conselheiro), fazendo de cada umas delas um título do Messias, e que assim é que devemos compreender o texto. Porém, é melhor entender as duas palavras como um título único”. Os comentaristas da Bíblia Thomas Nelson nos esclarecem que “‘conselheiro’: assim como Deus não precisou de nenhum outro conselho quando criou o mundo (Isaías 40.12-14), nem de qualquer um para que lhe desse plano para as nações (Isaías 44.26, 27) assim também esse menino é conselheiro de si mesmo’”. Esse atributo “conselheiro” é evidente, sobretudo como algo precioso procedente do Espírito Santo (Isaías 11.1-5), Aquele que se coloca ao nosso lado e nos guia em toda a verdade (João 16.7, 8, 13, 14). Considerando que o vindouro Rei-Messias teria as duas naturezas em si, divina e humana, lhe seria necessário esse dom precioso do Espírito Santo; dom do conselho. Nisso consiste a sabedoria de Cristo. Não existem problemas, nos céus ou na terra, que ele não possa resolver, considerando ser Ele a sabedoria de Deus (1 Coríntios 1.24). Outro famoso teólogo cristão do século passado disse: “Jesus é o único rei que não precisa de conselheiros pertencentes aos sábios deste mundo, pois em si mesmo traz a sapiência e o conselho do Pai”. É por isso que o seu reino será perfeito, justo e santo como nenhum outro desde a Queda de nossos primeiros pais.

Algumas versões trazem: “conselheiro admirável”, o que denota que a sabedoria e a perfeição de Cristo no seu Reino milenar será tão grande e eficiente que vai causar admiração nos céus e na terra, isto é, deixar os seres terrestres e celestiais maravilhados.

Enquanto a promessa não chega, Ele vai reinando com Sua sabedoria e graça nos corações dos Seus servos que o aceitarem como único Senhor e Salvador.

Maranata. Ora vem, Senhor Jesus!

por José Orisvaldo Nunes de Lima

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